O Buraco do Lume (Praça Mário Lago), no Centro do Rio, é uma área que se consolidou como espaço de convivência, cultura, memória e manifestações políticas desde a década de 70, mas vem sofrendo forte ofensiva do setor imobiliário, com apoio da prefeitura. O projeto Reviver Centro prevê a construção de um espigão de 24 andares na praça, destruindo quase toda sua área verde.
A obra desconsidera o valor histórico, ambiental e político do espaço, além de ignorar o alto número de imóveis vazios na área. Como “reviver” o centro derrubando árvores e desfigurando uma praça pública? A quem interessa menos espaços de socialização e mais especulação imobiliária? Será que o objetivo é mesmo mais moradia ou mais ‘studios’ para Airbnb?
Assine nosso abaixo-assinado, o Lume quer viver!
Espaço tombado desde a década de 80, protegido contra o ímpeto do mercado imobiliário, o Buraco do Lume foi atacado nos últimos anos por quem deveria defendê-lo: representantes eleitos pela população!
Em 2020, o ex-prefeito Marcelo Crivella (REPUBLICANOS) trabalhou para derrubar o decreto que garantia o uso da região apenas para fins culturais. Dois anos depois, o Deputado Rodrigo Amorim (UNIÃO) – aquele que quebrou a placa de Marielle Franco, homenageada com uma estátua na praça – conseguiu aprovar um projeto tirando o status de patrimônio estadual do Lume, consolidando seu destombamento.
Assim, Crivella e Amorim abriram os caminhos para Eduardo Paes (PSD) finalizar o que iniciaram: a desconfiguração total do espaço. O atual prefeito se mostra tão engajado em defender os interesses privados que, ao atacar o Deputado Chico Alencar (PSOL), fala em “habitação para pessoas mais humildes”. O que o prefeito esconde é que o arquiteto responsável pelo projeto já afirmou se tratar de um empreendimento com 720 unidades de 25 a 35 m², enquanto o tamanho mínimo para habitação popular é de 40 m².